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Como vai ser o 4G no Brasil

A quarta geração da telefonia móvel 4G vai começar a operar no próximo ano, mas os preparativos já começaram. A internet móvel mais rápida vai exigir, pelo menos, o dobro do número de antenas utilizadas hoje pela tecnologia 3G. Será preciso modernizar 60% das linhas de transmissão do país, uma vez que o 3G pode usar o cabo da 2G, mas o 4G não, pois demanda mais capacidade. Ou seja, o investimento das teles será alto.

Para se ter ideia, no leilão dos primeiros lotes das faixas de frequência que vão suportar a nova tecnologia, os quatro principais lotes totalizaram R$ 2,56 bilhões com Claro, Oi, TIM e Vivo apresentando os melhores lances para operar na frequência. Os lotes foram vendidos de acordo com as propostas financeiras de cada uma das operadoras participantes. E venceu quem ofereceu o menor preço para o usuário final.

No total, segundo a Agência Nacional de Telecomunicações, foram arrecadados R$ 2,9 bilhões, o que vai garantir investimentos de R$ 3 bilhões por ano em redes, ao longo dos 30 anos de contrato – valor bastante próximo dos fundos de telecom que, de janeiro a abril deste ano, já somaram R$ 3,7 bilhões e não estão sendo usados para os fins para os quais foram criados, segundo Carlos Duprat, diretor da SindiTelebrasil – Associação Brasileira de Telecomunicações.

O problema com esta arrecadação é que, devido ao alto investimento feito pelas operadoras, o consumidor final deve receber um preço elevado para ter uma conexão 4G. De acordo com estimativas do SindiTelebrasil, será, no mínimo, o dobro do valor cobrado pelo 3G atualmente. Sendo assim, se o governo mantiver sua rotina de não investir integralmente o dinheiro arrecadado na infraestrutura de telecom, os consumidores não receberão qualidade em troca. 

Por outro lado, se as operadoras continuarem a repassar seus gastos para as contas de celular, o valor do 4G pode ser bem alto para os usuários finais. Segundo o presidente da Anatel, João Rezende, o faturamento das operadoras cresceu 237% nos últimos 10 anos no Brasil, mas os investimentos em infraestrutura subiram apenas 67% desse crescimento. 

Compartilhamento de infraestrutura

Para o 4G, o governo previa uso conjunto de bases, torres e antenas pelas operadoras, mas os investimentos para implantar a internet móvel de quarta geração devem começar sem o compartilhamento de infraestrutura. Em entrevista para a Agência Estado, Francisco Valim, presidente da Oi, afirmou que as companhias estão longe de um entendimento. Com isso, os investimentos se tornam ainda maiores e, consequentemente, o custo do 4G será ainda maior. Principalmente porque, pelas regras do leilão, as empresas que venceram a licitação das faixas deverão cumprir uma série de exigências.

operadoras

Até abril de 2013, por exemplo, elas precisam ter conexões 4G nas cidades-sede dos jogos da Copa das Confederações: Fortaleza, Recife, Salvador, Brasília, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. Já as sedes e sub-sedes da Copa do Mundo – São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, Manaus, Cuiabá, Natal – deverão ter a internet mais rápida até o fim de 2014. A Anatel ainda determina que todos os municípios com mais de 100 mil habitantes deverão ter sinal de 4G até 31 de dezembro de 2016.

Outras metas também deverão ser cumpridas, como o uso de equipamentos fabricados no Brasil. As empresas que venceram a licitação das faixas destinadas à telefonia 4G deverão usar pelo menos 60% dos equipamentos fabricados no país em suas redes entre 2012 e 2014. Nos dois anos seguintes, o percentual dos investimentos em aquisição de bens e produtos com tecnologia nacional passa para 65% e, entre 2017 e 2022, para 70%.

Quer opinar? Diga abaixo o que acha que vai acontecer com os R$ 3 bilhões arrecadados? E aproveite para comentar sobre o não-compartilhamento de infraestrutura entre as operadoras.

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