Sistemas operacionais

Testamos o DuZeru GNU/Linux, a nova distribuição Linux brasileira

Depois de apresentar o sistema operacional para vocês na semana passada através de uma entrevista com o criador da distribuição, chegou a hora de ver o que o sistema tem para oferecer efetivamente, vamos dar uma olhada no DuZeru GNU/Linux mais de perto.

Uma semana com o DuZeru

Analisar os sistemas operacionais leva um pouco de tempo, nem sempre conseguimos ficar o tempo necessário com um sistema para extrair as principais características, por este motivo é que esta review demorou tanto tempo para sair e eu sei que vocês estavam ansiosos para conhecer a nossa opinião sobre o sistema, então aqui vai!

Ficamos por cerca de uma semana usando o sistema para fazer as tarefas básicas, edição de textos, navegação na internet, edição de imagens com o GIMP (OK, isso não é tão básico), em fim, resumidamente o sistema se comporta bem, para cerca de uma semana de uso se mostrou estável, claro que isso é pouco tempo se comparado a quanto tempo você espera usar um sistema sem formatar, o Ubuntu 14.04.3 LTS do meu Notebook está lá há quase um ano e meio, então no quesito estabilidade à longo prazo ainda há o que questionar, no mais você verá as nossas impressões no vídeo abaixo, mostrando alguns pontos negativos e os pontos positivos e interessantes do sistema.

Começamos “DuZeru” os papos da comunidade

Começamos com o trocadilho infame do nome, para dizer que vamos falar desde o início, acredito que se você já viu a entrevista com o criador do sistema e a nossa análise no vídeo logo acima você já sabe praticamente tudo o que tem que saber para pelo menos testar o sistema operacional, mesmo assim, tenho algumas coisas a acrescentar no que podemos chamar de “pós review”, se é que isso existe, se não existe acabamos de fundar um novo segmento! =D

De qualquer forma, observando os comentários feitos nas redes sociais, aqui no blog mesmo e também no vídeo, eu pude notar a presença de algumas pessoas criticando o sistema por ser “mais do mesmo”, argumentando que “seria melhor assistir o filme do Pelé ajudar um projeto já existente”, que “isso atrapalha o Linux”, etc, etc, etc.

Nunca se sabe de onde sairá o novo “Ubuntu”

Por mais que a choradeira dos mais radicais defensores do software livre seja grande  em relação ao Ubuntu por “n” motivos, convenhamos que o Ubuntu é o sistema operacional baseado em Linux com maior sucesso no Desktop e ponto final, acredito que boa parte do sucesso do sistema seja devido ao seu equilíbrio entre o “mundo aberto” e o “fechado”, atualmente ninguém consegue viver de maneira orgânica só com softwares de código aberto ou só com softwares de código fechado, se alguém consegue é porque se força a isso. Nunca se sabe de onde vai sair um novo projeto para concorrer com o Ubuntu, matar algum antes mesmo de ele se desenvolver, é simplesmente retirar um competidor da corrida.

Mas o que o DuZeru tem a ver com o Ubuntu? 

Atualmente não muita coisa, além de ser baseado no Debian e te der a proposta de usar “user frindly”, mas toquei no assunto para abordar outro correlato, o fato de muitas pessoas criticarem atualmente qualquer iniciativa de se criar uma nova distribuição, vejo isso especialmente nos projetos brasileiros, por mais estruturados que eles tentem ser o termo “refisefuqui” acaba aparecendo eventualmente. 

Este termo é usado para designar sistemas baseado em Linux que apenas remasterizam outra distribuição, é uma brincadeira que quer dizer “Remasterizações de finais de semana e fundos de quintal”, ou simplesmente “Refisefuqui”.

Por isso vamos deixar algumas coisas claras para que possamos debater o assunto de maneira saudável, ainda pretendemos fazer um vídeo sobre o assunto, mas ele veio a calhar.

O que é uma distro Linux?

É um sistema operacional com núcleo Linux, qualquer um, se tem o Kernel Linux é uma distro, remasterizações também são distros por possuirem um Kernel Linux.

O que é uma remasterização de sistema?

É basicamente você pegar um sistema pronto, com programas e repositórios que já fazem parte originalmente da distribuição e fazer uma modificação sobre ela sem necessariamente acrescentar funcionalidades. Todas as remasterizações “são Linux”, mas nem todo Linux é uma remasterização. Um bom exemplo de remasterização é o nosso “Diolinux OS”.

A característica mais notável de uma remasterização é que ela vai receber atualizações de acordo com a distro Linux em que se baseia. Ao contrário de um sistema mais “independente” que controla seus próprios pacotes.

Remasterizações ajudam no crescimento do Linux?

Neste tanto muitos vão dizer que “não”, mas pensando bem, foi justamente essa característica do Linux que nos trouxe até aqui, é justamente por haverem remasterizações que grandes projetos nasceram, o Linux Mint foi só uma remaster do Ubuntu em seu início, assim como o Ubuntu foi só uma remaster do Debian também em seu princípio, e hoje os vemos como os dois principais sistemas para usuários “comuns”, se alguém os tivesse impedido simplesmente por serem remasterizações, quem sabe não teríamos as facilidades que ambos nos trazem hoje em dia, não acha?

Remasterizações também conseguem atender um nicho específico, existem vários exemplos e em vários segmentos possíveis da tecnologia, entretanto, há algo que eu tenho de concordar, antes de criar qualquer sistema é importante levar em consideração se o que você pretende criar não pode ser atendido por outro sistema da mesma maneira que você pensa em atender os usuários que eventualmente irão usar o seu sistema.

Dependendo de como for, é possível pensar bem se vale a pena ou não fazer um sistema, mas uma vez ele feito, sendo um projeto sério, você vai criando diferenciais aos poucos, como foi com o Mint e com o Ubuntu, então aos críticos de sistema “remasterizados”, eu peço para que não deixem a oportunidade de apoiar um produto nacional (nós brasileiros damos muita importância ao que vem de fora) simplesmente por achar que “não vai vingar”, você pode até não usar ou gostar do sistema, mas propaganda negativa é totalmente desnecessário.

Um bom exemplo dessas adaptações que se tornam algo relevante é outra distribuição brasileira que nós também fizemos uma review chamada de Metamorphose Linux, que é uma opção interessantíssima para quem quer algo ligado diretamente ao Debian e que use KDE como interface gráfica e de bônus, que ainda venha recheada de ferramentas a ponto de você simplesmente não precisar instalar praticamente nada e sair usando.

Quem não faz nada pra mudar o mundo está sempre muito empenhado em provar que a pessoa que faz alguma coisa está errada —melhor seria se usasse essa energia para tentar mudar, de fato, alguma coisa. Como diria minha avó: não quer ajudar, não atrapalha.

Quem precisa de Microsoft para “melar” os planos de uma distro se os próprios usuários Linux entre si já fazem isso né?

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