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5 coisas que fazem você desistir do Linux

Usuários que estão testando pela primeira vez um sistema podem ter algumas dificuldades, conheça agora os principais fatores que fazem as pessoas desistir de usar Linux.

Os principais motivos que fazem você desistir do Linux

Ok, eu sei que boa parte dos leitores aqui do blog usa Linux no dia a dia e nem sequer cogita a hipótese de abandonar “o pinguim”, faça chuva ou faça sol, você vai estar usando Linux sempre que possível, entretanto, há outra parte de leitores que acessa o blog buscando mais informações sobre o mesmo e por vezes também buscando ajuda e soluções para os problemas que por ventura encontrem.

Então hoje vamos falar de maneira aberta e sem preconceitos sobre os pontos fracos do Linux para os usuários, coisas que incomodam quem está migrando, pelo menos do meu ponto de vista, e que as vezes acabam fazendo o usuário desistir de usar Linux como sistema padrão.

Conheça agora os 5 principais motivos que fazem as pessoas desistirem do Linux

1 – Eu não quero aprender tudo novamente

Estudando Linux

É muito frustante achar que você entende muito de um assunto e acabar descobrindo que você não sabe nem 50% do todo.

Isso é extremamente comum e desanimador, querendo ou não, boa parte dos usuários que decidem testar o Linux tem conhecimentos prévios em informática, isso vem mudando um pouco com o passar do tempo mas normalmente é este o caminho, a pessoa passa muitos anos usando Windows e Mac e decide testar o Linux.

Os primeiros contatos com qualquer coisa nova sempre são estranhos, por assim dizer, mas de fato “o choque” ao se testar o Linux pela primeira vez pode ser grande se você tiver o azar de cair em uma distro não tão amistosa assim.

Acho que o que mais frustra os novatos é que apesar deles saberem que o Windows tem seus problemas e conhecerem os bugs que às vezes aparecem (oi tela azul!), essas pessoas sabem o que fazer quando isso ocorre, sabem resolver os problemas que aparecem e no Linux elas ficam perdidas.

“Meu Windows não está reproduzindo RMVB, há já sei… instalo o K-Lite Mega Codec Pack ou o Real Player e resolvido!”

“Meu Ubuntu não está reproduzindo RMVB, humm… lascou!”

A sensação de não saber algo assim é realmente ruim, afasta usuários e faz com eles desistam, mas claro isso foi só um exemplo, quando “o cara” se toca que não sabe nem instalar um programa da mesma forma que fazia antes é normal ficar chateado.

Tudo depende de aprendizado, é complicado você se sentir “o mais foda dos fodas” no Windows e chegar no Linux e descobrir que você é um iniciante aqui e boa parte das pessoas que estão neste mundo a mais tempo tem mais conhecimento na área que você, isso fere o Ego, algumas pessoas são humildes o suficiente para admitir que não sabem e pedir ajuda, outras preferem jogar numa zona segura e continuar com o Windows. E quer saber? São escolhas, não condeno quem prefere fazer isso, mas acho um desperdício de capacidade intelectual não explorar este lado da tecnologia, ainda mais se você é curioso.

Para amenizar um pouco essa migração preparamos o Guia completo de migração para Linux, leia com atenção, tenho certeza que vai ajudar muito.

2 – Opções, muitas opções!

As muitas opções que o Linux te traz

Este é o tipo de coisa que agrada uns e desagrada outros, mas mesmo você que hoje faz de tudo no Linux em algum momento da sua existência deve ter ficado perdido com tantas opções.

As variedades do Linux são ótimas, talvez um de seus pontos mais positivos certamente, porém, não posso deixar de perceber o quanto tantas opções assim por vezes prejudicam as escolhas, ter muitas opções só é bom quando você sabe escolher.

Isso realmente acontece quando as pessoas decidem testar o Linux, no Windows e Mac você não tem muitas opções mas no Linux além de escolher a distribuição, ainda existem uma variedade de opções de tudo o que você puder imaginar, são compositores de janelas, interfaces, gerenciadores de arquivos, gerenciadores de áudio, gerenciadores de rede, programas para editar texto, cada programa para cada função possui alternativas nas maiorias dos casos, cada uma com suas peculiaridades.

Nessa horas é que o motivo 1 da nossa lista, falta de vontade de aprender, pode corroer o novo usuário, afinal para fazer boas escolhas é necessário conhecimento.

Sinceramente não penso que o Linux deva se padronizar por completo, comentei isso neste vídeo já, mas alguns padrões poderiam ser úteis eventualmente.

Sei que muita gente torce o nariz quando se fala de “padrões” no Linux, e eu sinceramente gosto das opções, mas para o crescimento das distros Linux como um todo são necessários padrões, o mercado exige isso, ou isso acontece para que todos cresçam juntos ou a distro mais famosa (Ubuntu) será o padrão, como já é, boa parte dos aplicativos desenvolvidos atualmente foram compatibilizados com o Ubuntu antes, como a Steam por exemplo, apesar de funcionar em qualquer distro praticamente a única que a Valve da suporte de fato é o Ubuntu, futuramente talvez o Debian por conta do Steam OS.

Aos usuários que veem as muitas opções como defeito, meu pedido é de paciência, aprendam e vejam quais as diferenças, não tenham medo de testar, usar dual boot ou Linux em máquina virtual para aprender antes de instalar no HD não é nenhum crime.

3 – Não tem o meu jogo favorito

A falta de jogos no Linux

É um assunto interessante para se debater, por mais que você seja do tipo que acha que Linux nunca vai ter uma fatia boa de mercado no mundos dos games eu lhe digo, você está errado.

Tenha a noção que você está vivendo a era do nascimento do Linux para o mercado do games, se antigamente (3 anos atrás) você poderia dizer “Cara, Linux não tem jogos!”, hoje já pode reclamar que não tem aquele título específico ou reclamar que os drivers de vídeo não estão dando tanto desempenho.

Isso mostra uma clara evolução do Linux neste mercado, em pouco tempo de existência o Linux já tem a sua disposição  20% do catálogo da Steam.

Alguns grandes  estúdios já demonstraram e demonstram interesse em lançar seus jogos para o Linux, mas muitos ainda não chegaram, e isso deixa alguns usuários com um pé atrás.

O catálogo de games que vão sair ou já saíram para Linux em 2015 é monstruoso, quem em sã consciência pensou há alguns anos atrás que teríamos algo remotamente parecido?

Existem porém, uma série de games do tipo “Free to Play” na internet de games de todos os gênero, na maioria os do tipo “Pay To Win” que arrastam uma multidão de jogadores que ainda não possuem versão para Linux, como Point Blank e League Of Legends por exemplo.

Quando um jogo não possui versão nativa para Linux normalmente existem duas opções, ou a pessoa tenta usar o Wine, pode ser complicado à primeira vista mas não é tão complicado assim (não mais do que crackear um jogo pelo menos), para te ajudar nisso temos um verdadeiro documentário sobre o Wine que você pode assistir aqui, ou a pessoa usa dual boot e por vezes acaba desistindo no Linux por isso.

Infelizmente isso não depende tanto no Linux e das distros em si, afinal quem faz os games são as produtoras, desenvolvedoras e estúdios, o que você pode fazer para ajudar a trazer jogos para o Linux é ajudar a divulgá-lo e cobrar destes estúdios que portem seus jogos para Linux, apesar de ninguém fazer isso, o boicote é sempre a melhor arma.

Eu sempre procuro aconselhar as pessoas quanto a isso, para muitas, os jogos são uma parte importantíssima do uso do PC, para algumas é até a principal, por isso se você gosta muito de alguns jogos, o dual boot está recomendadíssimo, use o Windows como um “console”, para todo o resto use Linux, você estará mais seguro e poderá usar o melhor que cada um tem a oferecer, e quando os jogos que você gostar terem versões para Linux você pode usar no Linux, simples.

Verá que com o tempo você vai passar cada dia menos tempo no Windows, para jogos mais simples ainda pode-se usar uma máquina virtual.

Programas

Acho que neste tópico podemos incluir programas específicos também, na maioria dos casos temos alternativas à altura para tudo mesmo, diferente dos jogos que são em sua maioria insubstituíveis, com programas de computador temos muito mais alternativas, muitos dos softwares utilizados são multiplataforma e funcionam no Linux também, basta dar uma pesquisada que você deve encontrar softwares que façam o que você precisa, aqui no Diolinux mesmo tem várias dicas.

4 – Comunidade áspera

Eu sei de tudo

Eu sempre tomo algumas pedradas quando toco neste assunto, e acho que isso comprova o meu argumento, mas vou te dizer que um dos motivos das pessoas deixarem de usar Linux são os próprios usuários.

Não é tão incomum, infelizmente, de ver usuários Linux “pomposos” com um ar de superioridade de por usarem o “sistema do pinguim”, neste caso tenho dois vídeos que postei no canal do Diolinux no YouTube, acho que eles ilustram bem a situação, não sendo necessário acrescentar argumentos, confira:

5 – Falta de suporte a determinados hardwares

Falta algo aqui?

Dificilmente você vai conectar um dispositivo no seu Linux e ele não será reconhecido, particularmente nunca tive problemas com nada, mas sempre há exceções.

Nestas exceções nós encontramos hardwares bem específicos, como mouses e teclados da Razer, ou hardwares antigos demais.

Falando em Razer, os produtos dela funcionam perfeitamente no Linux, o que você não terá provavelmente é aquele software bonitinho que acompanha o produto e permite fazer algumas configurações avançadas.

E se você está pensando “Tá vendo? O Windows tem esses drivers!”

Vai de vagar pra não falar bobagem! O Windows não tem esses drivers, conecte um dispositivo destes no sistema e você verá! 

Neste ponto o Linux até tem um suporte mais amplo que o próprio Windows mas a grande diferença reside no fabricante do componente.

Apesar da comunidade Linux com a ajuda de muitas empresas dar suporte a praticamente tudo é ainda o fabricante que produz o driver que vai ser usado no sistema operacional, se o Linux não tem o configurador de teclados da Razer, a culpa é da Razer que não faz e não do Linux em si.

O usuário final, porém, não quer saber de quem é a culpa, ele quer saber se funciona, só isso.

Outro problema que ocorre às vezes (já foi um problema maior) é a compatibilidade de algumas impressoras por exemplo, ou de hardwares específicos que são mais difíceis de instalar.

Tudo isso sem dúvidas afasta o usuário do Linux.

Apesar do texto poder passar a impressão que este tipo de problema é corriqueiro na verdade é bem ao contrário, eu até que sou bom em chutar estatísticas então vou dizer que em 95% dos casos você não terá problemas do tipo usando Linux, e quando tiver, dependendo da tarefa é possível recorrer ao dual boot, máquina virtual e dependendo dos casos até mesmo o Wine sirva.

Se quiser fazer a sua parte quanto a isso pressione as marcas que você usa a fazer drivers para o sistema que você quer usar.

Linux, um sistema que vale a pena usar

Se você está lendo este artigo com um certa vontade de abandonar o Linux eu peço que você reflita sobre uma questão.

Se o Linux fosse ruim, por que tanta gente utiliza? (Será que são masoquistas? rsrs)

As pessoas escolhem o Linux, dificilmente alguém usará Linux porque é obrigado, se você fizer a mesma pergunta usando o WIndows.

Se Windows é ruim, por que tanta gente usa ele?

Existem bons motivos pra isso, Windows vem como padrão nos computadores que você compra nas lojas, a Microsoft dominou este mercado por muitos anos antes de ter qualquer esboço de concorrência, muitas pessoas também não sabem que existem alternativas, outras são amarradas por softwares que só existem no mundo Windows, como o Tecnometal por exemplo. Percebe, poucas pessoas usam Windows por que escolheram usar o Windows, elas existem mas não são a maioria.

Meu objetivo com este artigo é simplesmente dizer que eu estou ciente dos problemas que o Linux ainda tem, mas colocando todos os prós e contras numa balança os pontos benéficos ainda são um elefante (e meio) contra um Quati (daqueles que te dão preguiça de aprender coisas novas), para mostrar o que eu estou falando eu convido você a ler o artigo:

10 motivos para trocar o Windows pelo Ubuntu

Alguns dos ponto fracos que comentei neste artigo possuem nuances favoráveis se você for ler o artigo que eu sugeri logo aqui em cima. Leia-o e verá.

No fim das contas consigo pensar em duas características que um usuário Linux precisa ter:

1 – Sede de conhecimento

2 – Persistência

Se tiver café ajuda também! 😉

Peço a você que está lendo que compartilhe este artigo, que deu um certo trabalho de escrever, especialmente com os seus amigos que estão testando o Linux, acredito que muitos vão reconhecer estas dificuldades.

Outra coisa que eu dou total liberdade de você fazer é adicionar mais motivos e soluções aqui nos comentários para deixarmos o artigo ainda mais completo, lembrando que este artigo é de opinião, e eu acredito que estes são os pontos principais, se houver mais algo que você ache que faltou fique à vontade para acrescentar.

Conto com a sua participação, até a próxima!

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