Qual das 3 alternativas de empacotamento de software no Linux é a melhor? Quem já utilizou Linux há alguns anos não reconheceria as distribuições em seu estado atual. A evolução foi intensa, novos formatos de empacotamento apareceram no cenário, são eles: AppImage, Flatpak e Snap.
Os três formatos de pacotes tem em comum o fato de conterem tudo o que precisam para a aplicação funcionar, sem utilizar dependências do sistema. Mas qual a diferença, qual o pró e o contra de cada um?
AppImage
É uma ótima opção para utilizar softwares, que nem sempre você queira atualizar, mantendo maior controle sobre a versão utilizada. Diferente dos outros dois, ele não possui uma loja de aplicativos específica, se parecendo com aplicativos do Windows, que você precisa buscar no site do desenvolvedor ou no GitHub o arquivo para download.
Vantagens
Se você já utilizou algum software portable no Windows, sabe o quão prático pode ser uma aplicação portátil, sem a necessidade de baixar complementos ou instalar em seu sistema, muitas vezes executando direto do seu pendrive. Resumidamente, essas é a principal vantagem do AppImage, sendo também uma boa opção para quando você quer testar a versão mais recente de algum software, antes de chegar ao repositório da sua distro.
Contras
Alguns contras são: não ter downloads automáticos da aplicação, e nem sempre há uma boa integração ao sistema e seu tamanho normalmente será maior que um “.DEB/.RPM”.
Flatpak
Se você não gosta de ir no site das aplicações procurando por atualizações, quer utilizar aplicativos em versões mais recentes, não ter problemas com dependências quebrando seu sistema, uma integração visual e na utilização do sistema, o Flatpak é excelente!
Vantagens
Se você quer utilizar softwares nas versões atuais sem adicionar um repositório instável ao seu sistema, o Flatpak é perfeito. Com um número relativamente grande de aplicações, o Flatpak tem se tornado o queridinho de projetos Open Source, a comunidade parece estar cada dia abraçando este formato. Por exemplo, o Emulador de Nintendo 3DS, Citra, adotou o Flatpak como formato de distribuição oficial para o Linux.
Algumas vantagens dos Flatpak são: diversas aplicações neste formato, segurança ao utilizar um aplicativo novo, mesmo instável não afetará seu sistema. Não terá problemas com erros de dependências. Melhor integração com o sistema, seja na utilização ou visual. Inclusive é possível instalar diversos temas ao seu sistema em Flatpak.
Contras
Para obter as vantagens de um sistema livre de instabilidades, ou erros de dependências, o Flatpak teve que adotar uma estratégia. Utilizar RUNTIMES, onde as dependências dos softwares são embutidas. Isso evita que cada programa acompanhe bibliotecas junto a eles, como nos AppImage. O “calcanhar de Aquiles” do Flatpak, com o tempo você acaba tendo muitas Runtimes no sistema, pois nem todo aplicativo utiliza a mesma, isso depende de sua versão, ou como foi desenvolvido.
Então se você tem uma Internet lenta, ou espaço em disco escasso. Talvez os Flatpaks não sejam a melhor escolha.
Snap
O formato de pacotes do Ubuntu faz sucesso dentro do sistema operacional, mas nem tanto fora dele, apesar de suas qualidades, tem bastante gente que evita utilizá-lo. Por outro lado, pode ser considerado seguro e possui alguns aplicativos exclusivos.
Vantagens
O Snap possui muitas características dos Flatpak, como o fato de ser SANDBOX, e as aplicações não interferirem no seu sistema operacional. Acompanhando todas as vantagens de poder utilizar o aplicativo sem o medo de danificar o sistema, por conta de alguma dependência. As aplicações em regra não precisam de bibliotecas adicionais.
Um ponto a se observar, é que o Snap utiliza outra forma para suprir as dependências dos programas. Cada aplicação vem com bibliotecas embutidas, e as mais comuns estão no Core, algo que funciona parecido com as RUNTIMES do Flatpak. Com um diferencial, esse Core será para todas as aplicações.
Desvantagens
O Snap parece ter uma boa integração com o tema oficial do Ubuntu, já nas diversas distribuições Linux, ele poderá ficar com uma cara de Windows 95. Se você é perfeccionista, isso pode irritar um pouco. A sua forma de sanar dependências dos programas, pode ser, em alguns casos, uma vantagem sobre os Flatpaks, e em outras não. Isso dependerá da quantidade, e versão das aplicações que serão utilizadas.
Outra coisa é o arranque inicial das aplicações em Snap, não parecem ser tão ágeis como as demais alternativas. A Canonical vem trabalhando nessas melhorias e o snapd, o daemon responsável por lançar os softwares em Snap, está conseguindo lançar as aplicações com maior velocidade e menor tempo de resposta.
Então qual é o melhor?
A verdade é que não existe o melhor ou pior, cada caso tem um formato que supre um tipo de demanda, e dependendo do usuário, as 3 formas serão utilizadas.
Alguns boatos rondam as comunidades, um deles é que formatos como Flatpak e Snap, são ruins, pois quem tem o armazenamento limitado, como um SSD de 120GB, não poderão utilizá-los. Isso é um mito. Por mais que os Flatpaks e Snaps, demandem uma quantia superior a outros pacotes como DEB/RPM, a sua utilização é viável no hardware atual. Se seu HD tem espaço para o Windows e suas aplicações, não terá dificuldades com os Flatpaks e Snaps.
Qual dos 3 você mais utiliza? Conte-nos nos comentários, o que lhe impede de usar um ou outro, e quais melhorias gostaria de ver nestes novos formatos. Dessa forma, você interage com a comunidade do fórum Diolinux Plus!
