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Projeto de lei quer proibir jogos violentos no Brasil

Não é de hoje que movimentos contra jogos são levantados por políticos ou algum meio de comunicação. Quem nunca viu uma matéria sensacionalista ou um programa de TV, que adicionasse todas as calamidades e crimes na conta dos jogos? Essa é uma realidade não apenas brasileira, porém, em nosso país é comum ver este tipo de coisa.

Em meio às recentes tragédias, um projeto de lei, deveras questionável, circula a Câmara dos deputados. Proposto no dia 19 de Março pelo deputado Júnior Bozzella do PSL – SP, o projeto de lei PL 1577/2019, pretende criminalizar jogos eletrônicos violentos, não levando em consideração a idade do jogador e indo além, tornando proibido seu desenvolvimento ou comercialização em solo brasileiro. Veja logo abaixo a ementa do projeto:

Ementa: “Criminaliza o desenvolvimento, a importação, a venda, a cessão, o empréstimo, a disponibilização ou o aluguel de aplicativos ou jogos eletrônicos com conteúdo que incite a violência e dá outras providências.”

Para os infratores a pena seria de 3 a 6 meses de prisão, ou multa.

Tais projetos bizarros são pautados em meio a histeria ou valendo-se de crimes com repercussão nacional. Estes casos assumem a ideia que tais situações de violência são ocasionadas pelo impacto dos jogos no desenvolvimento moral e social da criança, no entanto é uma alegação pífia que não considera fatores mais importantes como: estrutura e condição social e familiar, além de aspectos externos que possam impactar o alto índice de violência em nossa sociedade.

Alegar que os jogos estão tornando a sociedade mais violenta, é jogar fora toda a história que demonstra o quão horrenda já foram nossas civilizações (em termos de violência e criminalidade). Seriam os games os causadores de toda violência no Brasil, ou a desigualdade social, falta de educação ou anos de destruição de uma identidade cultural? É mais simplório por na conta dos jogos, logo que é algo imediatista, alias, quem nunca jogou um GTA e depois saiu atropelando idosos na rua? (sarcasmo, ok?! Não leve ao pé da letra… 😁😋😁)

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Jogo violento não é coisa de criança!

Os selos de classificação de jogos são uma métrica, que visa guiar quais títulos seriam indicados para uma determinada faixa etária, tal regulamentação é uma forma de assegurar o consumo, cerceando possíveis situações inadequadas para um certo público. Acesse o link para maiores informações desta classificação.

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O problema de alguns pais brasileiros, é que tal métrica é totalmente ignorada, não sendo incomum se deparar com situações em que pais presenteiam filhos com jogos de extrema violência. Só como comparativo, o game Mortal Kombat X e GTA V, tem uma classificação etária mínima para maiores de 17 anos e crianças de 10 anos jogam tais games. Deixando bem claro, que a classificação é apenas indicativa, ou seja os pais tem a palavra final.

Como responsáveis, os pais devem averiguar o tipo de conteúdo que seus filhos consomem, e uma boa conversa e educação é a chave para essa parceria. Todavia uma parte abalada na sociedade brasileira é justamente essa, a educação dos filhos, na qual nos últimos anos o estado vem tomando essa responsabilidade.

Proibição apenas de jogos violentos, por que não filmes e outras mídias?

Com bastantes controvérsias, essa lei proposta pelo deputado Júnior Bozzella do PSL – SP, visa proteger a sociedade (ao menos é o que honestamente quero acreditar 😁😜😁) contudo a justificativa é fraca e já existe um sistema de classificação. Retirar o direito de toda uma nação não é, nem de longe, a melhor alternativa. Seguindo a mesma lógica, filmes, novelas, músicas, livros e quaisquer meios que transmitam essa mensagem de violência deveriam enquadrar-se em uma lei semelhante.

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No documento, a justificação de tal projeto é “…essa banalização da vida e da violência pela população jovem é advinda pelo convívio constante com jogos eletrônicos violentos. Nesse tipo de “diversão”, os adolescentes e as crianças são incitados a atividades que não condizem com seu perfil, conduzindo a formação de cidadãos perturbados e violentos.”

Perceba que ele mesmo admite que são atividades não condizentes com o perfil destes jovens e crianças, porém a responsabilidade e o dever é abstraída dos pais e imposta pelo estado. 

Imagine um mundo com apenas classificação Livre, seria ótimo não? Só que estamos num mundo real, e não imaginário. Crianças, jovens e adultos tem um nível diferente de percepção do mundo e um grau de maturidade distinta para absorver e processar a realidade, nem tudo que é bom para um jovem de 18 anos é bom para uma criança de 10.

Não obstante, seria de extrema loucura censurar tudo para haver classificação livre, como abordado anteriormente, a mesma lógica cai sobre outros conteúdos, o que seria mais real: abstermos de tudo que não seja condizente com as capacidades cognitivas de uma criança, ou seus responsáveis imporem limites e regularem seus filhos?

Adicionalmente, existe um tipo de situação que nunca cai em nenhum tipo de estatística, mas seria interessante haver uma pesquisa sobre: Quantas são as pessoas que evitam o uso da violência ou qualquer outro tipo de ato que possa prejudicar o próximo justamente por conta de games? Quantas pessoas descontam suas frustrações em jogos, ao invés de descontar em uma pessoa, de forma física? Esse tipo de dado não existe, mas algo me diz que o números seriam muito interessantes.

Acesse o documento completo do projeto de lei, neste link.

Você pode votar no site da Câmara dos deputados e dar sua opinião, segue o link.

Essa é uma discussão complexa e bem significativa, convido você a dar seu ponto de vista e opinião em nosso fórum Diolinux Plus, criminalizar os jogos violentos, seus desenvolvedores e empresas, seria a melhor maneira de reduzir a criminalidade, ou apenas um atalho?

Deixe sua opinião e participe em nosso fórumSISTEMATICAMENTE! 😎


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