Sistemas operacionaisDeepin

Vale a pena usar o Deepin?

Pensou em design e Linux, o Deepin é uma das primeiras alternativas no mundo do pinguim. Mas, será que ele é apenas um rostinho bonito? Ou vale a pena utilizar o sistema?      

A versão 20 do Deepin se aproxima cada vez mais, inclusive algumas prévias foram apresentadas em seu canal oficial do Youtube. Recentemente um possível Deepin 20 foi vazado, com diversos vídeos no Youtube, contudo essas imagens do sistema ainda não foram anunciadas como oficiais. O que pode ser observado em inúmeros vídeos disponíveis no Youtube, é seu design voltado à dispositivos com telas sensíveis ao toque, e a mudança de nome para UOS. Então, é provável que essa versão não seja o Deepin “convencional” que conhecemos, mas sim uma variante para tais hardwares, ou quem sabe este tenha sido o caminho escolhido por seus idealizadores. A Wuhan Deepin Technology Co. Ltd não ofereceu o download da versão beta até o momento. Caso esteja curioso e baixe a ISO de alguma fonte da internet, que não seja a do próprio site do Deepin, tenha cuidado e não use em um ambiente de trabalho. Não sabemos a procedência dessa imagem, justamente por tal motivo não disponibilizamos para download. Nosso compromisso é pela segurança e integridade de nossos leitores.   

Outro ponto que podemos averiguar, é a substituição do painel lateral de configurações ou centro de controle. Todavia, o foco dessa postagem será na versão atual do sistema e toda a experiência que venho adquirindo no mesmo ao decorrer dos anos.

Atualmente na versão 15.11, a distribuição chinesa sofreu uma metamorfose em sua interface gráfica ao decorrer dos anos. Temos um vídeo review da versão 15.10, que você poderá ver logo abaixo, esteticamente falando não houve mudanças drásticas da 15.10 para a 15.11, assim sendo, é super válido assistir o vídeo caso não tenha o feito (ou queira relembrar).  

“Nada é feito da noite para o dia”

Antes de dar o “”veredito””, este com muitas aspas, pois cada pessoa discerne e toma sua decisão final, devemos mencionar um pouco da caminhada do sistema ao longo destes anos. O Deepin inegavelmente é uma distribuição Linux com foco em usuários comuns e iniciantes, que apela para o visual. Por muito tempo o posto de “distribuição mais bela” foi do elementary OS, e com a repaginada da distro chinesa, logo perdeu esse lugar. Ao menos sendo bem genérico e considerando o grande volume de comentários que leio internet a fora.  

A construção visual do Deepin é inspirada em diversos ambientes gráficos, e a cada versão os refinamentos na interface e a disponibilidade de novos apps compunham o Deepin. A base do sistema também mudou durante os anos, indo do Ubuntu para o Debian Unstable e agora Debian Stable. Veja o Deepin quando ainda utilizava o GNOME shell como base de sua interface customizada (Isso até a chegada da versão 12.12 com o Deepin Desktop Environment 1.0).  

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Já o Deepin 2014 era totalmente diferente, continha elementos que foram mantidos até os dias de hoje.  

O Deepin 2015 foi lapidado, em comparativo ao anterior, e com ele tive bons momentos em meus estudos sobre Java, web e outros elementos de programação, além de algumas jogatinas. Já testava o sistema na época do GNOME, mas digamos que a partir da sua mudança a distro tomou lugar em meu computador. Entre idas e vindas, a versão 2015 foi a padrão até o Ubuntu 16.04.  

Muita coisa aconteceu no cenário Linux, como nas principais distribuições, o “chinesinho” evoluiu e passou a ser reconhecido por muitos usuários. O Diolinux entrevistou o líder de desenvolvimento do Deepin, numa época que considero o auge da popularidade da distro, tirando dúvidas e esclarecendo muita coisa. Justamente em 2017 o projeto OSistemático contribuiu para essa divulgação do sistema, sendo que grande parte das pessoas que já utilizaram Deepin ou pesquisaram sobre o sistema, já tiveram algum contato com meu canal pessoal. Contudo, nem só de maravilhas vive o projeto, e em 2018 uma polêmica envolvendo o Deepin ocorreu. Deepin espiona? Confira a resposta oficial dos desenvolvedores, e algumas observações do Diolinux sobre o tema.  

Prós e contras do Deepin

Todo sistema operacional contém suas vantagens e desvantagens, se no seu caso o visual for algo em primeiro lugar o Deepin é uma das melhores opções. A quantidade de softwares em sua loja também é um bônus da distribuição. Essa variedade pode auxiliar na hora de se obter algum programa, sem sair procurando em páginas da internet. A flexibilidade de transitar entre o modo “clássico e moderno”, moldando a interface para um funcionamento semelhante ao Windows ou macOS é algo que vai agradar aos fãs de ambos os lados. Aplicativos do próprio sistema, também, dão um show à parte. Destaques para o terminal, monitor do sistema, software de captura de telas, entre outros. A instalação de drivers NVidia é algo fácil de se fazer, ao menos em uma versão não tão atualizada, bastando abrir o gerenciador de drivers.  

Pontos negativos estão relacionados ao modo que o usuário observa o sistema, digo isso, pois ter pacotes em versões antigas nem sempre é um problema para muitos. Agora a ausência de uma integração com pacotes Snap e Flatpak é algo a se lamentar. Tais formatos de empacotamento vem ganhando mais espaço e não oferecer uma opção gráfica, com uma loja tão bonita e organizada, é um verdadeiro pecado. Eventuais bugs ocorrem na distro, quanto a isso reforço que pode ser diferente com cada experiência de uso, então considero como relativo e só você pode afirmar se é um incômodo ou não. Nem preciso mencionar a origem do sistema, né? Creio que muitos já sabem que o Deepin é uma distro Linux chinesa, caso tenha algum problema com isso o sistema não é para você.  

Seria o Deepin seguro, por ser chinês? O vídeo a seguir é um dos meus favoritos e representa minha opinião sobre o tema.  

Algumas observações

Olhar para o passado do Deepin, em minha perspectiva, é um dos passos primordiais para chegar em uma resposta satisfatória. Com todos esses anos de experiência com o sistema, aliás o mesmo encontra-se aqui em meu computador em dualboot, me fez perceber toda mudança que o sistema teve e quais públicos ainda são ou não atendidos pelo sistema.  

A base de uma distribuição é muito importante e pode ditar algumas características da mesma. Seja pela disponibilidade de softwares, versionamento, facilidade de material sobre na internet, etc. O foco da distribuição também é um ponto a ser observado, entretanto, não significa que um sistema que não seja declarado a um determinado tipo de usuário não o satisfaça. A postagem do meu colega de trabalho, Jedi Fonseca, respondendo o questionamento se o Fedora é uma boa escolha para iniciantes, resume muito bem tal situação.  

Para responder se é válido a utilização do Deepin, como sistema principal, deve ser observado qual tipo de usuário e seus propósitos. No passado, por ser baseado no Ubuntu, a adição de drivers mais recentes da NVidia era bem simples no Deepin. No entanto, após a mudança para base Debian tal característica se perdeu. Isso não quer dizer que usuários de NVidia não poderão usar o sistema, contudo para gamers mais hardcores talvez o sistema não seja a melhor escolha. Obviamente que algumas características devem ser analisadas, pois, se não possui uma GPU muito nova esse detalhe pode nem ser tão importante.  

Donos de notebooks com placa de vídeo NVidia podem passar por maus bocados no sistema, nesse quesito não posso afirmar categoricamente por não possuir nenhum hardware deste tipo, porém, em meu canal recebi diversas reclamações informando esses problemas.  

Também tenha em mente que nem sempre as versões dos pacotes estarão nas últimas possíveis, ou todo programa de terceiro (fora dos repositórios) vá funcionar. Um caso que ocorreu por bastante tempo no Deepin, foi a impossibilidade de utilizar alguns apps por conta das versões das bibliotecas serem incompatíveis. Algo que me recordo é o Citra, emulador de Nintendo 3DS, esse sendo um exemplo de aplicativos que por algum motivo possa não funcionar. Obviamente, que no presente basta utilizar a versão em Flatpak ou Snap do software. Mas isso pode ocorrer com outro programa, justamente por distribuições mais famosas, como o Ubuntu, ser o foco dos desenvolvedores.  

Sem sombra de dúvidas que o design chama muito a atenção, e o DDE é o que mais gosto no Deepin. Também existem apps interessantíssimos e que uso, indiferente da distro Linux, somando ao conjunto da obra e dando pontos a seu favor.  

Sinceramente sempre demonstrei minha usabilidade real com o sistema, e não é atoa que um dos vídeos mais acessados de meu canal é expondo alguns motivos que me fizeram deixar o Deepin como secundário.  

Essa transparência, faz com que pessoas interpretem erroneamente minhas palavras e levem a um ou outro extremo, sendo eles: hater e em alguns casos fanboy.  

Mas, vale ou não a pena usar o Deepin? 

O Deepin é um sistema bonito e que facilita em muita coisa ao oferecer softwares, como o Google Chrome diretamente na loja, com uma seleção satisfatória de programas por padrão atendendo a maioria dos usuários comuns, mas que acaba pecando em outros aspectos. Vejo muitos relatos, experimento alguns, de instabilidades e bugs aleatórios que não ocorrem em outros sistemas. Inúmeras vezes me deparei com depoimentos que insinuavam que o Deepin apenas foca no design e deixa a desejar na estabilidade (de usuários comuns e até alguns desenvolvedores de outros projetos que tentam manter o DDE em suas distros). Não posso averiguar e nem afirmar, apenas orientar as pessoas a terem suas experiências com o sistema.   

Após a mudança da base Ubuntu para Debian, confesso que fiquei bem frustrado. Seja pelas limitações ou instabilidades que passaram a fazer parte de meu cotidiano. Ao decorrer do tempo me pareceu que o Deepin estava tornando-se pior, e com mais mudanças (por exemplo, o DDE-Kwin) o sistema passou a se comportar de forma que já não era suportável para minha utilização. O cenário passou a mudar com as recentes atualizações e erros não são tão evidentes.  

No overview que fiz do Deepin 15.10, você poderá perceber alguns destes bugs. Felizmente muita coisa mudou, e para melhor, que a equipe de desenvolvimento do Deepin esteja empenhada em resoluções de problemas.  

Finalizando, vale muito a pena utilizar o Deepin. Seja para experimentação ou usos corriqueiros. Caso o sistema não lhe atenda, você poderá testar outro. Alguns podem ter todas as suas necessidades supridas com o sistema, outros nem tanto. Estou entre muitos que não conseguem mais ter a distro, em seu estado atual, como sistema principal. Não ter de forma facilitada as versões mais recentes do driver NVidia é um contra para mim. A falta de integração da loja com formatos Flatpak e Snap, limitam a belíssima loja do Deepin. Porém, nem todo mundo gosta ou usa os novos formatos de empacotamento. Enquanto muitos estão ansiosos com a nova versão 20 e seu visual, estou preocupado com as melhorias de baixo do capô.  

Vejo que para um iniciante no Linux o Deepin pode valer a pena, entretanto, um usuário que goste de muitas opções o mesmo pode não ser o ideal. Nestes casos, talvez outra distro com o ambiente gráfico do Deepin possa ser uma alternativa.  

Creio que o Deepin ainda vai desempenhar um papel importantíssimo no meio Linux com sua parceria com a Huawei, e sua versão 20 será um divisor de águas entre seus usuários.  

Você usa o Deepin ou já testou o sistema? Deixe nos comentários sua experiência com essa distro.  

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Até o próximo post, e compartilhe nosso conteúdo, SISTEMATICAMENTE! 😎


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