Ubuntu

Ubuntu mais leve, mais rápido e mais estável: Veja como construir um “Diolinux OS”

Olá pessoal, como estão? O post de hoje deu um certo trabalho de ser feito, mas acredito que vai ser de grande valia. Temos motivos e objetivo (no singular mesmo).

Os motivos para o post são vários; ajudar quem enfrenta muitos bugs no Ubuntu, quem acha que o sistema está com desempenho baixo e poderia melhorar, mostrar como eu fazia as otimizações do Diolinux OS (já falo mais disso! 😉), e o objetivo é um só, melhorar a sua experiência com o Ubuntu, especialmente com o Unity, fazendo o sistema ficar mais rápido, mais leve e otimizado.

Para você que começou a acompanhar o blog Diolinux (ou o Canal) há pouco tempo, isso talvez seja uma novidade, mas há alguns anos atrás eu costumava remasterizar o Ubuntu e distribuir a versão remasterizada para a comunidade, eu chamava o projeto de “Ubuntu Diolinux Edition”, mas com o tempo as pessoas começaram a chamar ele de “Diolinux OS” e assim ele acabou ficando para a posteridade, claro, sempre tinha a galera da zoeira que chamava ele de “DOS” (Diolinux OS), fazendo alusão ao antigo sistema da Microsoft. 😁

A última versão foi em 2014 com o Ubuntu 14.04 LTS e além de incluir as otimizações que eu vou te ensinar hoje, ele também incluía uma seleção diferente de aplicações. Claro, como ele é feito sobre a LTS do Ubuntu, que tem suporte até 2019, tecnicamente ele ainda é utilizável, ainda que eu prefira a versão 16.04 atualmente.

Lembre que é um tutorial feito de acordo com o meu gosto e tudo que está aqui não precisa ser seguido à risca como um manual, mas espero lhe fornecer informações que você desconhecia no meio do caminho.

Vamos começar a otimizar o sistema… desde o princípio

Eu vejo algumas vezes os amigos lá do grupo do Diolinux no Facebook reclamarem sobre os “bugs” do Ubuntu, ou que o sistema é pesado, etc, etc. Sinceramente, muitas vezes parece que não usamos a mesma distribuição, porque… ou eu tenho muita sorte e essas coisas nunca acontecem comigo, ou eu faço alguma coisa que a maioria não faz. Pensando nisso e procurando uma forma de ajudar quem está sofrendo com essas dificuldades, vamos falar sobre a construção de um sistema para o seu trabalho ou diversão.

Definindo seu sistema a interface

Quando você diz que um sistema operacional ou um software é “pesado”, a que você se refere exatamente? Tem gente que entende “pesado” como quantos GB você tem que baixar de um game para poder rodá-lo, assim, um game de 40 GB é “pesado” e um de “20 GB” é mais leve em comparação, tem gente que entende “pesado” como quanta memória RAM o sistema ou o programa gastam.

Esse aspecto, do que é pesado, é importante que você tenha muito claro. O que é “pesado” para você, aliás, o que é “pesado” para o seu computador? Você pode ter muita RAM e processador fraco, ou ter ambos bons e um placa de vídeo ruim, ou ter todos eles meia boca e ter um SSD que acaba compensando em outros aspectos, por isso, veja esse vídeo antes de continuarmos:

Analisando isso, você já terá uma ideia melhor de que caminho seguir. Vejo algumas pessoas compararem distribuições que usam outra interface com o Ubuntu Unity, o que é uma comparação válida, porém injusta até certo ponto. É obvio que um Manjaro XFCE será mais leve que o Ubuntu com Unity, mas a diferença não será muito grande se você comparar com o Xubuntu, que é o Ubuntu com XFCE.

– Mas, “leve” em que sentido Dionatan?

– No sentido de fluidez com placas gráficas precárias.

Então, antes de mais nada, saiba escolher a interface apropriada para o seu computador, entenda que o “projeto Ubuntu” não se resume ao Unity e ele é apenas uma das interfaces que você pode utilizar, ainda que seja a principal, e por isso, foco do nosso artigo.

Nem sempre o Ubuntu será a melhor escolha, fato.

Mas isso não quer dizer que simplesmente mudar de distro ou interface vá resolver o seu problema, como eu falei aqui:

Bom, depois desta pequena (ou não), porém necessária, introdução, vamos ao que interessa, que são as otimizações.

Otimizando o Ubuntu e mais algumas dicas para evitar problemas

Você pode aplicar estas correções no seu Ubuntu em produção, porém, recomendo que você faça uma instalação do zero e otimize o sistema desde o início, mas é uma escolha sua, então não vou “dar  muito pitaco” no que você decidir fazer.

Depois de otimizar o sistema, procure evitar usar PPAs demais, use apenas de locais que você confia e quando realmente for preciso. Evite instalar várias interfaces gráficas diferentes ao mesmo tempo e especialmente, mexer em configurações que você não sabe exatamente para que servem, misturar interfaces GKT com Qt até funciona, mas acaba instalando várias bibliotecas extras que não seriam necessárias e acabam misturando elas com o restante do sistema, ainda que Snaps e Flatpaks veem a nossa salvação nessa hora.

 A popularidade do Ubuntu gerou uma série de tutoriais e artigos na internet que nem sempre vão funcionar 100%.

– Ué, mas Linux não é aberto justamente para isso, pra gente mexer?

– Com certeza! Mas lembre de fazer testes em um sistema para testes, em máquina de produção, você busca estabilidade! Ou deveria pelo menos.

Como estou mostrando como eu costumo construir os meus sistemas, com bons resultados inclusive, recomendo você sempre utilizar uma versão LTS, atualmente utilizo o Ubuntu 16.04 LTS para a maior parte das minhas atividades, incluindo games no PC, então recomendo que você faça o mesmo, baixe a versão mais recente do Ubuntu diretamente no site, ela já virá com um Kernel atualizado, se você for baixar hoje mesmo, no momento deste post, o Ubuntu 16.04 LTS virá com o Kernel 4.8.

Obs: Quem busca tecnologia mais recente, pode usar as versões mais recentes sem se atentar para as LTS, porém, que fique dito que elas tendem a ser mais instáveis, o que não quer dizer que problemas vão ocorrer com todos. Existe uma regra que diz: Programa recém lançado, problema dobrado. Afinal, os desenvolvedores ainda não tiveram muito tempo para otimizar ele, seja qual for, seja qual sistema for, não vale apenas para o Ubuntu.

Baixe o Ubuntu por aqui, prefira baixar por torrent para evitar problemas com a ISO e instale o sistema dando preferência para deixar a partição /home separada do restante se for possível, mesmo em um SSD.

A partição raiz pode ter poucos GB, dependendo do seu uso, como por exemplo, uns 10 ou 15 GB. Você só irá precisar de mais espaço na raiz se for instalar algum programa que seja instalado grosseiramente em algum dos diretórios raiz que não forem a Home, como o Nuke do The Foundry, mas aplicações em geral concentram o “grosso” de seus arquivos de configuração na sua Home, então é nela que deve ficar o espaço. Se você tiver espaço e “paranoia” quanto a isso, deixe um pouco mais, mas dificilmente você chegará nos 30 GB. Prefira também versões de 64 bits do Ubuntu, mesmo com “pouca” RAM.

Dito isso, há mais uma coisa que você pode considerar que é a instalação do Ubuntu Minimal, o Ubuntu Minimal tem uma instalação e funcionamento semelhante ao Arch Linux em alguns aspectos, mas ainda assim o instalador é gráfico, ainda que mais simples que o Ubiquity (instalador tradicional do Ubuntu). No caso de utilizar o Ubuntu Minimal, você escolherá quais pacotes farão parte do sistema, tudo o que você tem à princípio são recursos básicos, um terminal, um kernel e um repositório, então neste caso, se algo der errado, provavelmente a culpa é sua! xD

Mas em fim, caso você opte pela instalação mínima do Ubuntu, recomendo evitar meta-pacotes, pois não adianta muito você querer escolher pacotes e usar meta-pacotes para instalar o sistema.

– Dionatan, o “que ser” meta-pacotes?

– Meta-pacotes são pacotes que respondem por um conjunto maior de pacotes. Exemplo, para instalar todo o destkop do Xubuntu no seu Ubuntu Minimal, você teria que instalar o XFCE4, programas que rodam na interface, como players, editores de texto, central de aplicativos, entre outras coisas. Isso, além de exigir conhecimento detalhado do nome de todos os pacotes, leva muito tempo, para isso é que existe o meta-pacote chamado xubuntu-desktop. Rodando o comando sudo apt install xubuntu-desktop dentro do seu Ubuntu Minimal você vai acabar com um Xubuntu igual ao que você baixaria do site, pois o xubuntu-desktop é um meta-pacote para instalação de todos os pacotes que compõe o Desktop do Xubuntu.

É isso que quem usa Arch Linux normalmente faz. Claro, se você “manja dos paranauê” é possível compilar todo os sistema, de um jeito próximo com o que você faria com o Gentoo, mas ainda assim menos agressivo, entretanto, como esse requer muita explicação, fica para outra hora.

Então, evite usar meta-pacotes se a sua intenção for escolher a dedo o que vai no seu sistema; claro que alguns pacotes possuem dependências, como por exemplo:

Se você instalar apenas o pacote Unity e não o ubuntu-desktop, ele vai puxar mais algumas coisas, mas ainda assim será mais light do que o Ubuntu completo.

Agora você deve estar pensando: É isso que você faz para otimizar o sistema?

Não mesmo! Eu sou, hoje em dia, um “baita” de um preguiçoso para falar a verdade. Tanto que até o Ubuntu e o Mint estão “difíceis” de mais pra mim e eu to me achando muito bem com o Deepin.

Então o que eu faço é baixar o Ubuntu como você baixa normalmente, a ISO completa do site e desmontar e ajustar o sistema.

Fazendo uma analogia com carros, “eu não sou o cara que monta o “possante” do zero, eu sou cara que tuna e coloca nitro ele depois de pronto”.

Temos nosso ponto de partida, um Ubuntu 16.04 LTS com Unity recém instalado

Acho que a primeira coisa que vamos fazer é remover do Ubuntu aquela sensação de que sempre tem um bug acontecendo.  Você já deve ter percebido que o sistema de reportar bugs do Ubuntu é um tanto quanto sensível, “fresco”, para usar outros termos. Qualquer coisinha e o apport mete a cara! Bom, apesar de isso ser bom, do ponto de vista da engenharia, assim qualquer bug mínimo é reportado, isso pode deixar os usuários meio chateados e com a impressão de “buguntu”, como alguns dizem.

A verdade é que esse sistema de Apport de erros da Canonical é fui feroz e te mostra coisas que você nem percebe que estão acontecendo. Quantas vezes isso apareceu sem você perceber qualquer erro?

O “treco” aparece ali e você pensa: “mas o que foi que bugou?”, pois é, apesar de não muito frequente comigo, já vi isso acontecer.

Entenda que, até onde eu saiba, as outras distros em geral não tem um sistema de report de erros tão ativo e não é porque o seu sistema não te mostra uma falha que ela não existe. Agora, se você é o tipo de pessoa que já não reporta tanto as falhas, que tal desligar essa “miséria” e deixar do Ubuntu te dar a sensação de “imbugável” que outras distros que não tem isso te dão?

Eu faço uma equivalência disso com o lance das pessoas que gostam de monitorar FPS nos games, as vezes parece que o game não roda bem porque você fica só olhando os drop de frames, quando na verdade se você parar de exibir os FPS na tela você acaba jogando sem problemas.

É relativamente simples, você encontra aqui um tutorial explicando como desabilitar o Apport, e para melhorar, vamos também remover o sistema de report de erros, para que o Ubuntu não “caia em tentação”. Abra o terminal (Ah! É, vai ter bastante terminal neste artigo, para a sua diversão, é claro), e removA o Whoopsie.

sudo apt remove whoopsie

Revendo o Whoopsie e o Apport, somente bugs graves serão acusados. E claro, se você é tipo que gosta de reportar bugs para ajudar no desenvolvimento, além de manter isso ativado, pode ser interessante que você aprenda a reportar bugs específicos. 

Vamos otimizar o Unity!

O que significa otimizar o Unity? Significa fazer com que ele gaste menos recursos gráficos da sua placa de vídeo e também significa fazer a interface consumir menos memória RAM, além de ficar mais ágil. Tenha em mente uma coisa, efeitos, animações e um pouco de beleza estão de lados opostos em uma barra onde o outro lado é velocidade e precisão.

Tenha em mente também que você não precisa executar tudo o que está neste tutorial, se preferir escolha apenas alguns passos, eu sempre vou dizer as consequências de cada ação.

O Unity é um plugin do Compiz, o Compiz é compositor de janelas do Ubuntu padrão, então vamos instalar uma ferramenta para poder configurar este compositor que tem muitos recursos e firulas, mas não se preocupe, vamos otimizar algumas coisas apenas, sem comprometer a usabilidade da interface.

Para instalar o Compiz Config Settings Manager rode o seguinte comando:

udo apt install compizconfig-settings-manager

Você encontra o aplicativo no menu do Unity.

Abrindo ele procure pelo menu “OpenGL” e dentro dele mude o “Filtro de Textura” de “Bom” para “Rápido“, isso vai mudar a qualidade visual do Unity, mas nada muito perceptível, entretanto, vai aumentar o desempenho e velocidade da interface.

OpenGL configuration in Compiz

Volte uma etapa e procure por “Ubuntu Unity Plugin”, ele é o responsável pela barra lateral e superior do sistema basicamente, então tome cuidado para não desconfigurá-lo. Aqui temos opções diferentes dependendo da sua preferência e do nível de otimização desejada.

Configuração do Compiz

Foque a sua atenção para duas configurações:

Dash Blur: Onde você escolhe como funcionará o Blur no menu do Ubuntu (Dash), por padrão temos o “Active Blur”, que dá um efeito muito bonito mas que maltrata um pouco os chips gráficos mais fracos, então mude para “Static Blur” ou “No Blur”, teste os dois e veja a diferença, um vai deixar o blur constante e o outro vai tirar ele.

Enable Low Graphics Mode: Essa segunda opção é mais radical, ela vai deixar o Unity sem transparências praticamente, o que é muito bom para processadores gráficos fracos, ou até os fortes, desde que você não se importe muito com isso. É essa opção que eu uso normalmente para trabalhar.

Qualquer uma dessas opções pode ser facilmente desfeita voltando até o mesmo menu e recolocando a configuração original.

Volte para as configurações do Compiz e agora desça um pouco até as sessão de “efeitos”, vamos desligar as animações do Unity, isso vai deixar ele funcionando de uma forma bem simples, nada de janelas deslizando para minimizar e nem nada.

Animações Compiz

Quando você desmarcar essa opção as janelas vão congelar por um instante, isso é normal, aguarde alguns segundos e tudo deverá voltar ao normal e mais uma vez você estará poupando a sua GPU, caso deseje os efeitos de volta é só marcar a opção novamente.

Agora você já pode fechar o programa para configurar o Compiz, vamos trabalhar na velocidade com que as janelas abrem e fecham. Sim, até isso você pode mexer. Existe um delay nisso que pode ser completamente removido, tornando o minimizar e restaurar praticamente instantâneo.

Veja como reduzir o delay de minimização aqui.

Vamos falar de outra coisa que vai fazer uma grande diferença no seu Ubuntu, drivers!

Basicamente, podemos dividir essa parte entre usuários de placas Nvidia e usuários de Intel ou AMD. 

Instalar os drivers corretos e atualizados pode fazer uma grande diferença, assim como o Mesa.

– Se você usa Nvidia clique aqui;

– Se você usa Intel ou AMD clique aqui.

– Para atualizar o Mesa.

Swap em disco?

Aqui temos duas situações, você pode ter muita RAM e não precisar de SWAP, ou você tem pouca RAM e neste caso o SWAP pode ser útil. Mesmo em caso de que tem muita RAM, 8GB ou mais, dependendo um pouco do uso, quem tem 4GB também se encaixa, você vai precisar de SWAP somente se utilizar programas muito pesados, como máquinas virtuais, editores de vídeo e coisas do tipo.

Em todos os casos, SWAP em Disco é a mais comum forma de usar memória de troca, porém, swap em disco também tende a ser mais lenta, a menos que você use um SSD (leia sobre SWAP em SSDs aqui), em todo caso, eu gosto de usar o ZRAM, é uma forma muito mais interessante de criar uma área de troca na memória RAM do computador.

– Veja como habilitar o ZRAM no Ubuntu aqui.

Ubuntu comedor de memória RAM?

Sistemas modernos podem se dar ao luxo de consumir mais, eu já expliquei algumas vezes o quanto a quantidade de RAM com a qual um sistema inicia só realmente importa para quem tem pouquíssima memória, neste aspecto, é muito mais importante a forma com que o sistema gerencia a memória do que os seus níveis de consumo.

Se você se “assusta” com o Ubuntu Unity que inicia com 700 à 800 MB não queira ver um macOS, mas ao mesmo tempo, você não vê o macOS travar mesmo usando quase “toda” a memória já de arrancada, por que será? Antes de continuarmos, veja este vídeo:

Um sistema operacional é formado por vários processos e são estes processos que consomem RAM, em resumo, quanto mais automático o sistema for, mais RAM ele tende a gastar, quanto mais “manual” e simples ele for, menos ele consome, é simples assim. Não é a toa que sistemas com o princípio KISS (Keep It Simple, Stupid!) tendem a “agir” desta forma.

Digamos que o seu Ubuntu inicie com 800 MB de RAM no boot, e se eu disser que podemos reduzir um 300 MB sem desligar coisas muito importantes?

Aliás, aqui vai uma dica. Coisas que são inúteis para mim podem ser úteis para você e vice e versa, então deixe apenas o que você precisa, faça uma análise cautelosa e sempre pesquise o que cada processo faz antes de desativá-lo.

Sabe aquela olhada que o mecânico dá no motor do seu carro? Vamos fazer o mesmo com o gerenciador de tarefas, abra o “Monitor do sistema” no menu do Ubuntu e filtre por memória os aplicativos que mais usam recursos.

Monitor do sistema

Só daí dá pra você ter uma noção do que está consumindo mais memória, na imagem acima existem alguns aplicativos que estão presentes porque eu mesmo abri eles de forma voluntária, como o “Gedit” e o próprio “gnome-system-monitor”, que é a própria aplicação que estamos olhando, no entanto, dá para você ver ali várias aplicações que iniciaram junto com o sistema que não são necessárias, como o gnome-software, que nem está aberto propriamente e é o campeão de consumo.

Vamos desligar tudo de inútil na inicialização do sistema e você verá que alem de ganhar alguns segundos, especialmente quem usa HD tradicional e não SSD, na inicialização do sistema, além de alguns MB a menos de arrancada.

O primeiro passo você tem a fazer é exibir as entradas ocultas nos aplicativos de sessão para que você possa desligar tudo o que não lhe é útil. 

Veja aqui um tutorial explicando como exibir estas entradas.

Não posso te dizer exatamente o que desligar, mas posso mostrar o meu computador e dar alguns exemplos. Muitos dos aplicativos que aparecem não estão no Ubuntu padrão e provém de aplicações que eu mesmo instalei para utilizar, como Dropbox, entre outros.

Abra o programa “Aplicativos de sessão” no Ubuntu depois de ter seguido o tutorial para exibir as entradas.

Inicialização Ubuntu

Acessibilidade pode ser desligada, a menos que você utilize ou tenha alguém que utilize o computador e possua alguma deficiência e necessite deste recursos, compartilhamento de área de trabalho também não precisa iniciar com o sistema, quando você abrir o Remmina ele mesmo vai se ativar novamente, assim como os compartilhamentos de arquivos pessoais, a menos que você tenha alguma pasta em rede que está mapeada por outros computadores.

Monitor de cópia segurança é o Deja-Dup, uma ferramenta de Backup que vem com o Ubuntu que  eu não vejo ninguém utilizando, acredito que você possa desligar também sem maiores problemas, a menos que você use tal ferramenta. O notificador de atualizações também pode ser desabilitado, com ele desligado, o Ubuntu não vai mais te avisar quando houverem atualizações para fazer, ficará a seu cargo rodar o aplicativo “Atualizador de Programas” ou rodar o “apt update && apt upgrade” no terminal para ver se existem atualizações e fazer as mesmas.

Inicialização Ubuntu

O Onboard e o Orca Screen Reader também podem ser desligados na inicialização, a menos que exista, novamente, alguém com necessidades especiais para a digitação, ou seja o caso se você usar o Ubuntu numa tela sensível ao toque e prefira que o teclado digital inicie já ligado, fora isso, pode desligar.

O Software do Gnome também pode ser desligado, sinceramente não sei nem porque ele inicia junto com o sistema, acredito que justificativa seja do monitor de atualizações de pacotes que aparece na aba “Atualizações” na Ubuntu Software, e por último, o Zeigeist DataHub.  Esse cara monitora os aplicativos que você abre na Dash do Unity para mostrar sugestões na Scope Home do Dash, particularmente não uso essa função muito, então eu desligo, mas é com você.

Tudo o que foi desmarcado pode ser simplesmente marcado de volta caso você sinta falta de algo, além disso, como eu comentei, você pode querer aplicativos  a mais ou a menos inicializando, é algo bem pessoal.

Calma que não acabou!

Além disso, existem alguns processos que são completamente inúteis a menos que você use determinadas funções. Se você não usa o cliente de e-mails Evolution, a Agenda do Ubuntu ou as contas online, pode remover este pacote:

sudo apt remove evolution-calendar-factory

Só ele consome aí brincando uns 80 MB. Se você não se importa em usar as funções de busca por arquivos na Dash do Unity, pode remover todo o serviço de indexação de arquivos dali e usar somente a busca por aplicativos instalados removendo o seguinte pacote:

sudo apt remove zeitgeist-core

Removendo essa opção até o ícone de “Privacidade” some da Central de Controle pois não tem mais nada pra indexar a não ser os aplicativos.

Pode parecer besteira, mas o indicador de teclado e o indicador de bluetooh também consomem memória, os dois juntos também chegam perto dos 80 MB. O indicador de bluetooth só será útil se você usar esse tipo de tecnologia, ainda assim, quando você conectar um aparelho ele vai aparecer (ou você pode configurar através do painel de controle), já o ícone de entrada de teclado eu acho mais inútil para a maioria, afinal, você usa normalmente apenas um teclado e não vários, então pode tirar eles dali sem medo, qualquer coisa é só colocar de volta.

Para fazer as modificações, abra o menu e digite “Bluetooh” para aceder as configurações, basta desmarcar a opção indicada.

Desabilitando entrada de bluetooth no Ubuntu

Para ajustar a entrada de teclado é parecido, digite no menu do Ubuntu “Entrada de texto”, e no aplicativo desmarque a opção indicada.

Entrada de texto Ubuntu

Otimizando o tempo de download do pacotes do Ubuntu

Os servidores da Canonical são bem rápidos, mas você pode baixar ainda mais rápido escolhendo um servidor (mirror) que estiver mais próximo de você, isso vai fazer com que o download de pacotes e atualizações seja muito mais rápido.

– Veja como escolher o melhor servidor de download para o Ubuntu aqui.

Outra dica que pode ser utilizada, mas que eu particularmente não utilizo, é utilizar o apt-fast no lugar no apt-get, é quase como baixar pacotes tradicionais do Ubuntu por torrent.

E já que estamos falando de baixar coisas mais rápido, você pode deixar a sua internet carregando as páginas mais rápidas escolhendo um servidor DNS mais veloz e apropriado para sua localização.

E falando em rapidez (é, ainda não acabei), se você usa o LibreOffice, faça alguns ajustes para fazer ele abrir na “velocidade da luz”.

Programas inúteis, remova-os!

Como eu disse, eu prefiro desmontar o sistema do que montá-lo, então, algo que você pode fazer para liberar espaço em disco e evitar de ter coisas que você não vai usar no seu sistema é remover programas que você não usa. Agenda, Paciência, Thunderbird? Se você não usa, “rapa” eles fora!

Ubuntu Software

Vá na Ubuntu Software, na sessão de instalados, analise tudo o que você usa e não usa, o que pode ser útil e o que é inútil para você e remova as inutilidades. Se você não sabe o que o programa faz, sempre pesquise antes, mas você vai reparar que no final da lista existem os aplicativos de sistema que não são recomendados para remoção, pois podem acabar quebrando os sistema. Cada pessoa tem suas necessidades, então diverta-se limpando o “lixo”.

GDebi evita estresses

A Gnome Software é meio zoado as vezes, não só no Ubuntu, mas toda distro que pude testar, toda vez que você vai instalar um .deb ou um .rpm que precisam de dependências a Central de Software da uma boa de uma empacada e acaba criando arquivos de lock dentro do apt, te impedindo de executar comandos e outras coisas relacionadas ao manuseio de pacotes, aí, ou você reinicia ou remove eles manualmente antes de continuar.

Para contornar eventuais chatices deste tipo nós podemos usar o GDebi, ele é um utilitário gráfico para instalar pacotes deb, o Mint usa, o Debian usa, o Deepin usa. É simples e funciona.

sudo apt install gdebi

Quando precisar instalar um pacote .deb, clique com o botão direito no pacote, vá em “abrir com” e selecione o GDebi.

Deixando seu hábito de ajudar

O Preload é um daemon que monitora os programas e bibliotecas que você mais usa e pré-carrega eles na inicialização. Eu sei que eu te mostrei até agora como tirar coisas na inicialização, mas essa ferramenta com o tempo, “aprendendo” seu hábitos, pode deixar os programas abrindo mais rápido.

Como tudo neste tutorial, é uma escolha que você faz, se quiser usar:

sudo apt install preload

Evitando flickering e “tretas” no Google Chrome

O Google Chrome “pisca-pisca” é um problema que já me aconteceu, isso normalmente ocorre onde a sua GPU é muito requisitada e ela não dá muito conta do recado por qualquer motivo que seja, para evitar isso, podemos desabilitar aceleração de GPU dentro do Chrome, tem um tutorial aqui no blog sobre isso.  Isso deixa o Chrome até mais estável na minha opinião.

Obs: Claro que se você estiver economizando cada bit de RAM, melhor não usar o Chrome, mas eu gosto e utilizo há muitos anos, é meu navegador preferido por vários motivos, aliás, boa parte do meu trabalho reside no Chrome e seus recursos, então pra mim, ele é indispensável até o momento, se ele funcionar bem, pode até levar toda a minha RAM que eu não me importo.

Controlando melhor a sua bateria

Dica para quem usa Notebooks e quer alguns minutos a mais de bateria, você pode usar o TLP para otimizar a vida útil dela e usar o CPUFreq indicator para controlar o clock do seu processador.

Limpando a sujeira

Depois de fazer toda essa “baderna” de instalação e remoção é útil fazer uma faxina no sistema, você pode usar o “Stacer” para isso. E uma dica extra, no Stacer tem a função de controlar processos na inicialização também, então você pode otimizar a inicialização por ele também, desabilitando tudo o que você não quiser, e lembre, sempre pesquise antes de desabilitar alguma coisa. (gravou bem essa?)

Você pode fazer uma faxina assim também:

sudo apt autoclean

sudo apt autoremove

Mas alguns arquivos de cache, como de programas comuns como navegadores, serão limpos melhor através do Stacer ou outra ferramenta como o Bleachbit.

Pra galera do “Menos memória no boot é MAIS”

Depois de realizar todos  estes processos, ou alguns deles, reinicie o computador e lembre de mantê-lo sempre atualizado, não só para otimização, mas para segurança também. Para ter uma noção do consumo de RAM do Ubuntu com Unity depois destas modificações de modo “puro” eu removi também os aplicativos que eu adicionei, como Dropbox, entre outros, e o resultado foi este:

Ubuntu consumo de RAM

Temos aí na imagem o consumo de 494 MB de RAM, isso que o próprio terminal gasta quase 30 MB, mas observe com atenção os campos de memória livre e principalmente a memória colocada em cache, em cache nós temos nada mais, nada menos, do que 443 MB, o que significa que as aplicações ativas estão usando somente 53 MB! Acho que tá bom pros “mendigos de RAM” 😆. Brincadeiras à parte, menos que isso você só vai conseguir usar uma interface que não tenha tantos recursos e um sistema menos automático.

É claro que isso não “conta” muito, afinal, não me importa o quanto sistema gasta no boot, e sim o quanto ele gasta rodando, mas é uma prova interessante de que até mesmo o “pesadão” do Ubuntu pode ser “leve” em RAM.

Programas mais leves e finalizando

Se você ainda assim está preocupado com a leveza do sistema em termos de consumo de RAM, processador e GPU, uma outra dica muito válida, além de procurar interfaces mais leves, ou até outras distros que se encaixem melhor no seu gosto, é usar programas mais leves! Existem alternativas para todos eles, players, editores de texto, navegadores, gerenciadores de arquivos, gravadores de DVD, gerenciadores de e-mail, etc.

E com isso você extrai o máximo do máximo do Ubuntu (com Unity).

Até a próxima!

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